13 de setembro de 2010

África!


     O continente africano teve e ainda tem muitas influências culturais no nosso país, que foi o destino de vários escravos africanos que foram vendidos para trabalhar nos engenhos de café e de cana-de-açúcar.

     Até hoje se observa, principalmente na Bahia, a cultura africana presente na culinária, como por exemplo o vatapá, na religião, o candomblé, na dança a capoeira e na música o samba.
     A cultura brasileira é uma grande mistura, e a África tem grande importância nela. Por isso, não podíamos deixar de falar sobre algumas das mais importantes influências desse enorme continente no nosso país.

12 de setembro de 2010

As palavras de Castro Alves


 Castro Alves



     Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847,na vila Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho",hoje chamada de Castro Alves,situada na Bahia.
     Castro Alves fez faculdade de Direito em Recife,e aproveitava as apresentações públicas da faculdade para fazer ovações das suas poesias,que tratavam principalmente sobre escravos.
     Com o tempo,foi ficando mais famoso,e chegou até a ter uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.Mesmo após sua morte,Castro Alves ainda é conhecido como "Poeta dos Escravos".Suas poesias retratavam a vida deles e até a chegada dos escravos africanos para o Brasil.
     Uma das suas poesias que retrata bem a vinda dos escravos para o nosso país é "Navio Negreiro", poesia essa que teve um trecho citada na peça do Forte São Marcelo:


"Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs! "

(...)

"Presa nos elos de uma só cadeia,

A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece,

Outro, que martírios embrutece,

Cantando, geme e ri!"

(...)

"Esperai! esperai! deixai que eu beba

Esta selvagem, livre poesia

Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,

E o vento, que nas cordas assobia..."

(...)

    
     Apesar de todas as suas poesias e textos retratando e lamentando a realidade da escravidão, Castro Alves ainda mantinha escravos em sua própria casa, o que ia em total desacordo com seus supostos ideais publicados em suas obras.

Candomblé X Umbanda

Orixás do Candomblé e Umbanda

O candomblé é uma religião africana semelhante à Umbanda e foi trazido para o Brasil no período em que os negros desembarcaram aqui como escravos. Nesse período, a Igreja Católica proibia qualquer ritual africano que pudesse ameaçar sua hegemonia,  e por ser muito influente, o governo julgava o ato como criminoso, por isso os escravos tiveram que cultuar seus Orixás disfarçando-os em santos católicos.


Iemanjá - Rainha do Mar pelas duas religiões

   Os orixás para o candomblé e a umbanda são os deuses supremos. Eles possuem personalidade e habilidades distintas bem como preferências ritualísticas. Estes também escolhem as pessoas que utilizam para incorporar no ato do nascimento podendo compartilhá-lo com outro orixá caso necessário.  
    Os rituais são realizados em templos chamados casas ou terreiros que podem ser de linhagem matriarcal (somente as mulheres podem assumir a liderança), patriarcal (somente homens podem assumir ) ou mista (quando homens e mulheres podem assumir o terreiro).
     A celebração dos rituais é feita pelo pai-de-santo ou mãe-de-santo. Em ritmo de dança o tambor é tocado e os filhos-de-santo começam a invocar seus orixás para que os incorporem.
     A diferença entre a umbanda e o candomblé é que na primeira os orixás se manifestam no ritual por meio de médiuns de incorporação, ou seja, eles "possuem" o corpo de alguns umbandistas especializados. Já no candomblé há apenas a manifestação desses orixás por meio de divindades da natureza. Uma pessoa pode cultuar as duas religiões, porém não é possível fazê-lo no mesmo local e hora.

11 de setembro de 2010

O Som da África!





A música conguesa trazida da África influenciou na criação do samba(quanto ao estilo musical), gênero que representa a própria identidade musical brasileira. De nítida influência africana, o samba nasceu nas casas de baianas que emigraram para o Rio de Janeiro. O primeiro samba gravado foi "Pelo telefone", de autoria de Donga e Mauro de Almeida, em 1917. Inicialmente vinculado ao carnaval, com o passar do tempo o samba ganhou espaço próprio. A consolidação de seu estilo verifica-se no final dos anos 20, quando desponta a geração do Estácio, fundadora da primeira escola de samba. Grande tronco da MPB, o samba gerou derivados, como o samba-canção, o samba-de-breque, o samba-reggae, o samba-enredo e, inclusive, a bossa nova. 


Outro gênero musical e de origem africana muito conhecido popularmente é o REGGAE, que foi criado na Jamaica na década de 1940 e foi trazido para o Brasil também através dos escravos africanos. Esse estilo é caracterizado por uma batida ritmada e mais lenta, podendo variar, acompanhada de letras sobre os mais diversos temas, apesar de na maioria das vezes falar sobre paz ou sobre os negros.
Um ícone de destaque do reggae no mundo foi Bob Marley, que conquistou a fama e as multidões com seu estilo e ideais sobre mudar o mundo.
        Já voltando para o nosso cenário nacional encontramos diversas bandas como O RAPPA, CHIMARRUTS, ADÃO NEGRO e NATIRUTS, que são mais conhecidas, entre várias outras.
 

A arte da dança africana!


     As danças africanas foram introduzidas ao Brasil-colônia pelos escravos, que trouxeram com eles sua música, sua dança e seus instrumentos num universo cultural riquíssimo. Suas principais características são a sensualidade e o ritmo rico e sincopado, marcado no chão com os pés. Apresenta postura corporal inclinada, ondulações da coluna, movimentos soltos e independentes da cabeça, ombros, braços e, principalmente, do quadril. O ritmo e a movimentação são fortes e vibrantes.
     Aliando movimento e canto, sua prática desenvolve a expressão corporal, ritmo e coordenação motora, amplia as possibilidades de criação e improviso, além de aliviar tensões, proporcionar liberação de energia e o contato com os diversos aspectos da cultura afro-brasileira.
     Um desses ritmos trazidos pelos escravos foi Afoxé, que na língua dos Yorubás significa "dança da felicidade". Este tipo de dança serve como base de muitas festas religiosas e animistas em todo o país. É uma mistura de movimento, som, e cores, refletindo a sensualidade e o espírito do Brasil como grande mistura étnica e cultural.



     Outro estilo de dança também introduzido pelos escravos é o maculelê, que se originou nas plantações do recôncavo durante o período colonial do Brasil e era executado para comemorar uma colheita boa. O maculelé foi usado também como uma forma de arte marcial no contexto da defesa e da rebelião dos escravos contre os seus donos.


     O Samba também saiu dos ritmos dos escravos africanos e está relacionado tanto com a dança quanto com a música. A palavra "samba" tem origem africana: na língua Quibundo significa “ondulação umbilical” (Quibundo foi a lingua dos africanos indígenos trazidos ao país da região da atual Angola). Os atuais estilos de samba se desenvolveram por disfusão geográfica. Inicialmente, os escravos africanos celebravam ceremônias sagradas baseadas nas suas tradições étnicas e religiosas. Esse estilo é bem conhecido pela sua versatilidade e vitalidade, embora algumas variações permaneçam muito perto das suas raizes do Afoxé, a maioria dos movimentos mais modernos do Samba envolveram misturas, tais como o samba-reggae e o samba-funk.    



     A capoeira é uma das danças africanas mais conhecidas no Brasil. Ela é uma mistura de dança com luta e foi criada pelos escravos para sua defesa contra a brutalidade dos seus donos.
     Na época da escravidão toda a cultura africana era reprimida, principalmente se tivesse algo ligado à luta, então, para disfarçar essa prática, os escravos acrescentaram os intrumentos musicais e as letras que falavam sobre o seu dia-a-dia, sobre seus países de origem e sobre seus deuses, coisas que deram à capoeira um ar de dança, mas que na verdade era uma forma camuflada para eles se defenderem.
     Com o passar dos anos foram desenvolvidos outros tipos de capoeira, resultando em três no total:
  • A capoeira angola: Criada na época daescravidão. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia.
  • O estilo regional: Caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sem a ultilização de acrobacias.
  • A capoeira contemporânea: É uma mistura dos dois estilos anteriores, incluindo acrobacias e é a mais praticada nos dias atuais.
      

10 de setembro de 2010

A Culinária! Hmmmm...

   
      A Culinária baiana é a mais diversificada do nosso país, tendo grande influência da África. O azeite de dendê, que é muito usado pelos baianos para colorir e temperar mariscos é um bom exemplo da força da culinária africana sobre a nossa.
     Os africanos introduziram na nossa cozinha o leite de côco-da-baía e a pimenta malagueta. Eles também acrescentaram ao nosso cardápio o feijão preto, o angu, a pamonha, que é prato típico do nosso São João, o quiabo, o caruru, o vatapá, o abará e o famoso acarajé.
     
     Esses alimentos em sua grande maioria faziam parte da alimentação dos escravos africanos que foram trazidos para cá. Estes recebiam para a travessia uma "ração" de feijão, milho, aipim, farinha de mandioca e peixes, e depois que eram entregues aos seus compradores sua alimentação variava de acordo com a condição social dos mesmos e de acordo com a zona na qual trabalhariam, rural ou urbana.
     A alimentação dos escravos nas propriedades mais ricas incluía canjica, feijão-preto, toucinho, carne-seca, laranjas, bananas e farinha de mandioca, já nas propriedades mais pobres era farinha, bananas e laranjas.